Profeta (século VI a.C.)
Terceiro grande profeta escritor, viveu um momento atormentado da vida de Israel. Em 605 a.C., derrotado o Egito, Nabucodonosor tornou-se o Senhor incontestado, do Nilo ao Eufrates. O pequeno reino de Judá teve a ousadia de se rebelar, mas, depois de um longo assédio, Jerusalém teve de se render. O rei Joaquim foi deportado para a Babilônia junto com oito mil judeus, entre os quais o sacerdote Ezequiel.
Instalados em colônias agrícolas entre Babel e Nipur, o trabalho deles foi utilizado para as realizações majestosas da renascente Babilônia. Eles desfrutavam certa autonomia, e o próprio Ezequiel possuía uma casa. Mas os exilados sonhavam com a pátria distante (o famoso coro “Va, Pensiero”, na ópera “Nabuco”, de Verdi, traduz esse desejo veemente). Não obstante, eles se deixaram fascinar pelo poder dos babilônios – que atribuíam à generosidade de seus deuses – e começaram a praticar um sincretismo idolátrico, esquecendo a Lei de Moisés.
De sua parte, os judeus que permaneceram na pátria com o rei Sedecias, imposto pelos caldeus, tinham esquecido a dura lição de 597 e, dez anos depois, expulsaram os representantes de Nabucodonosor. Este sitiou novamente Jerusalém, que foi arrasada. O rei foi cegado e deportado com todos os sobreviventes. Era o fim do reino de Judá. O colapso das ilusões favoreceu muito a passagem para a idolatria. Na Judéia, o profeta Jeremias lançava o último apelo de Javé ao povo infiel, exortando-o à penitência. Era o ano em que Ezequiel, em uma visão mística, recebia a vocação profética.
Tinha 30 anos; era casado, mas dentro em pouco ficaria viúvo. Seu ministério entre os exilados está voltado para combater os erros e as ilusões, para prepará-los para a conversão. Habitualmente ele falava a seus compatriotas que o procuravam em sua casa, antes de confiar sua mensagem à pena.
O Senhor, diz ele, não está somente em Jerusalém, mas em todo lugar, com sua majestade infinita. Ele é o único Deus: todos os esplendores e todos os deuses venerados pelos caldeus lhe servirão de apoio para os pés. Ezequiel foi morto por um judeu, um juiz cuja idolatria tinha reprovado. Seu túmulo tornou-se meta de peregrinação dos cristãos.
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